A falha
A falha — quando a realidade olha de volta O RETORNO AO LABORATÓRIO O Observador despertou como quem retorna de um mergulho profundo — os pensamentos lentos, arrastados, ainda presos entre duas realidades. Por um instante, acreditou estar novamente sobrevoando Arcênia Prime , com suas torres curvas e motores analógicos cintilando sob luzes de néon. Mas, ao piscar, viu apenas o teto branco e silencioso do laboratório. A sala parecia pequena demais para quem havia acabado de tocar — mesmo que de longe — um mundo que não pertencia à Terra que conhecemos. Ao lado da mesa, os óculos dimensionais , agora danificados, soltavam faíscas delicadas, como se também tentassem acordar. “VOCÊ FINALMENTE ACORDOU.” A voz do Narrador , a IA que o acompanhava em cada viagem temporal e dimensional, ecoou com suavidade. — “Dormir? Quanto tempo?” NARRADOR: “Onze horas, trinta e sete minutos e vinte e dois segundos.” O Observador arregalou os olhos. Não era apenas um descanso comum. Ele nunca dormia...